sexta-feira, 14 de junho de 2013



Atividade Diagnóstica – Sociologia – 2° Ano do Ensino Médio – 2° Bimestre

Professor Estevão Armada

Tema: A noção de cultura e a ideia de cultura de massa/ Indústria Cultural / cultura erudita e popular
Objetivos: incentivar o contato do aluno com produção artística; desenvolver capacidade de análise crítica.
Critérios de avaliação do aluno: adequação aos objetivos da atividade; capacidade analítica do aluno e de observação da sociedade; desenvolver habilidades de leitura.

Orientações: a atividade deverá ser feita em dupla, ou individualmente, com entrega na próxima aula.
Procedimentos:

1)      Assistir programa televisivo e realizar comentário da experiência.

2)      Compartilhar atividade com colegas e professor.

Programas televisivos: TV cultura!!!!!!!!!

 Sr. Brasil: Sábado, às 19h /Domingo, às 10:15

Viola minha viola: Inédito: domingo, 9h / Horário alternativo: sábado, 20h.

 1°Parte: Observação de programa televisivo

1.      Identificação do programa (artistas e dinâmica do programa).

2.      Qual sua impressão? Gostou ou não? Explique.

3.      Compare com outro programa da televisão, procurando considerar conteúdo discutido em sala de aula.

4.      Faça uma análise dos programas considerando os conceitos sociológicos.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

2° Ano: Diferenciando conceitos de Cultura popular e Cultura erudita

Pessoal, segue abaixo o link de vídeo sobre cultura erudita e cultura popular exibido em aula:

http://www.youtube.com/watch?v=_yU5FTCHJkk

3°ANO – Seminários: Movimentos Sociais - 2° Bimestre


3°ANO – Seminários: Movimentos Sociais - 2° Bimestre

O que é? Apresentação de seminário sobre tema do bimestre e entrega de relatório que serviu de base para o seminário. 

Objetivo do seminário: Desenvolver conteúdo sociológico a respeito da cidadania contemporânea; analisar formas de participação política na sociedade; desenvolver a prática investigativa de temas sociológicos; trabalhar com leitura e interpretação textual; potencializar a expressão verbal e oral dos alunos.
 
Critérios de avaliação: organização dos grupos (orientação/apresentação); clareza na exposição; conteúdo sociológico; capacidade analítica.

Roteiro para exposição dos grupos

  • Tempo de exposição: 8 minutos
  • Tempo de réplica: 2 minutos
  • Apresentar aspectos centrais dos movimentos sociais.
  • Exposição oral (slides).
Roteiro do relatório a ser entregue:

1) Identificação geral do movimento (Contexto histórico e social)

3) Objetivos do movimento

4) Avaliação do movimento através da perspectiva da cidadania

5) situação atual do movimento (discussão sobre atualidade do movimento)

6) Avaliação do grupo sobre questões levantadas pelo movimento estudado para seminário.

Citar as fontes de consulta: sites, livros, revistas

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Material para o debate do 3° Ano


Orientações:

1° Pessoal seguem abaixo os dois textos que servirão de apoio para nosso debate sobre a polêmica do deputado Marco Feliciano na comissão de direitos humanos.

2° Após a leitura dos textos de apoio, produzam um breve texto indicando a opinião de vocês sobre o tema do debate. O texto produzido por vocês servirá de recurso para avaliação do debate e  atribuição da nota de vocês. Até sexta feira. Boa leitura!

TEXTO 01: O primeiro embate

Os embates em torno da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara talvez sejam o primeiro capítulo de um novo eixo na política brasileira.

A maneira aguerrida com que o deputado Marco Feliciano e seus correligionários ocupam espaço em uma comissão criada exatamente para nos defender de pessoas como eles mostra a importância que dão para a possibilidade de bloquear os debates a respeito da modernização dos costumes na sociedade brasileira. Pois, tal como seus congêneres norte-americanos, apoiados pelo mesmo círculo de igrejas pentecostais, eles apostam na transformação dos conflitos sobre costumes na pauta política central. Uma aposta assumida como missão.

Durante os últimos anos, o conservadorismo nacional organizou-se politicamente sob a égide do consórcio PSDB-DEM. Havia, no entanto, um problema de base. O eleitor tucano orgânico é alguém conservador na economia, conservador na política, mas que gosta de se ver como liberal nos costumes. Quando o consórcio tentou absorver a pauta do conservadorismo dos costumes (por meio das campanhas de José Serra), a quantidade de curtos-circuitos foi tão grande que o projeto foi abortado. Mesmo lideranças como FHC se mostraram desconfortáveis nesse cenário.

Porém ficava claro, desde então, que havia espaço para uma agremiação triplamente conservadora na política brasileira. Ela teria como alicerce os setores mais reacionários das igrejas, com suas bases populares, podendo se aliar aos interesses do agronegócio, contrariados pelo discurso ecológico das "elites liberais". Tal agremiação irá se formar, cedo ou tarde.

Nesse sentido, o conflito em torno dos direitos dos homossexuais deixou, há muito, de ser algo de interesse restrito. Ele se tornou a ponta de lança de uma profunda discussão a respeito do modelo de sociedade que queremos.

A luta dos homossexuais por respeito e reconhecimento institucional pleno é, atualmente, o setor mais avançado da defesa por uma sociedade radicalmente igualitária e livre da colonização teológica de suas estruturas sociais. Por isso, ela tem a capacidade de recolocar em cena as clivagens que sempre foram o motor dos embates políticos.

A história tem um peculiar jogo por meio do qual ela encarna os processos de transformação global em lutas que, aparentemente, visam apenas a defesa de interesses particulares.

Ao exigir respeito e reconhecimento, os homossexuais fazem mais do que defender seus interesses. Eles confrontam a sociedade com seu núcleo duro de desigualdade e exclusão. Por isso, sua luta pode ter um forte poder indutor de transformações globais.

VLADIMIR SAFATLE escreve às terças-feiras nesta coluna.

 TEXTO 02: Infelicianeidade

Vocábulos nascem de expressões populares. Assim como nomes próprios trazem significados que deitam raízes em suas respectivas etimologias. Feliciano é nome de origem latina, derivado de felix, feliz. Nem sempre, contudo, uma pessoa chamada Modesto deixa de ser arrogante e conheço uma Anabela que é de uma feiura de fazer dó.

Estamos todos nós, defensores dos direitos humanos, às voltas com um pepino federal. Nossos servidores na Câmara dos Deputados, aqueles cujos altos salários são pagos pelo nosso bolso, cometeram o equívoco de eleger o deputado e pastor Marco Feliciano para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias.

O pastor deputado, filiado ao PSC-SP, escreveu em seu Twitter: "Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato". Em outra mensagem, postou: "Entre meus inimigos na net (sic) estão satanistas, homoafetivos, macumbeiros...".

Em processo aberto no Supremo Tribunal Federal, Feliciano é acusado de induzir ou incitar discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia ou religião --crime sujeito à prisão de um a três anos, além de multa. Em sua defesa, Feliciano afirma: "Citando a Bíblia (...) africanos descendem de Cão (sic) (ou Cam), filho de Noé. E, como cristãos, cremos em bênçãos e, portanto, não podemos ignorar as maldições".

Que deus é esse que amaldiçoa seus próprios filhos? Essa suposta teologia vigorou no Brasil colonial para justificar a escravidão. O Deus de Jesus ama incondicionalmente a todos. Ainda que O rejeitemos, Ele não deixa de nos amar, conforme atestam a relação do profeta Oseias e sua mulher, Gomer, e a parábola do Filho Pródigo.

Todo fundamentalismo cristão é ancorado na interpretação literal da Bíblia, que deriva da ignorância exegética e teológica. Os criacionistas, por exemplo, acreditam que existiram um senhor chamado Adão e uma senhora chamada Eva, dos quais somos descendentes (embora não expliquem como, pois tiveram dois filhos homens, Caim e Abel...). Ora, Adão em hebraico é terra, e Eva, vida. O autor bíblico quis acentuar que a vida, dom maior de Deus, brota da terra.

Ter Feliciano como presidente de uma comissão tão importante --por culpa de legendas como PMDB, PSDB e PT-- é uma infelicidade. Não condiz com o nome do deputado que, na roda do samba que está obrigado a dançar, insiste no refrão: "Daqui não saio, daqui ninguém me tira".

O deputado é um pastor evangélico. Sua conduta deveria, no mínimo, coincidir com os valores pregados por Jesus, que jamais discriminou alguém.

Jesus condenou o preconceito dos discípulos à mulher sírio-fenícia; atendeu solícito o apelo do centurião romano (um pagão!) interessado na cura de seu servo; deixou que uma mulher de má reputação lhe lavasse os pés com os próprios cabelos, e ainda recriminou os que se escandalizaram ao presenciar a cena; e não emitiu uma única frase moralista à samaritana adepta da rotatividade conjugal, pois estava no sexto homem! Ao contrário, a ela Jesus se revelou como o Messias.

É direito intrínseco de todo ser humano, e também da democracia, cada um pensar pela própria cabeça. Nada contra o pastor Feliciano, na contramão do Evangelho, abominar negros e odiar homossexuais e adeptos da macumba. Desde que não transforme seu preconceito em atitude discriminatória, e seu mandato em retrocesso às conquistas que a sociedade brasileira alcança na área dos direitos humanos.

Estamos todos nós indignados frente ao impasse armado pelo jogo político rasteiro da Câmara dos Deputados. Eis uma verdadeira situação de infelicianeidade, com a qual não podemos nos conformar.

CARLOS ALBERTO LIBÂNIO CHRISTO, 68, o Frei Betto, frade dominicano, é autor de "Aldeia do Silêncio" (Rocco).

terça-feira, 9 de abril de 2013

Roteiro para atividade do livro bimestral




Nome:_____________________________ Nº: ____Série:  ___ Data: ___/___/___

Atividade de SOCIOLOGIA – Livro Bimestral
Professor: Estevão Armada
Identificação do livro

Título:___________________________________________

Autor:___________________________________________


Comentários sobre o livro:
 
 
 
 
 
 
 

Avaliação (gostou/não gostou-justifique)
 
 
 
 
 
 
 
 
Indicação:
 

 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012


Sociologia - 2° Ano do Ensino Médio – 3° Bimestre – Texto 01

Tema: Jovens, cultura e consumo.

Ser jovem: cultura e consumo nas cidades

            Vocês estudantes do 2° ano do ensino médio podem explicar o que seria ser jovem? Qual, ou quais, são as características que podem expressar a condição juvenil? Você se considera jovem? Por quê?

            As perguntas acima parecem estranhas não? E realmente são estranhas, pois nos obrigam a pensar sobre coisas que parecem muito óbvias ou que não precisam de explicação, não é? É aí que entra a sociologia, pois ela vai nos fornecer instrumentos para pensarmos sobre a condição juvenil, ou melhor, sobre o que é ser jovem. Dentro das inúmeras formas de abordar esse tema escolhemos um caminho que nos leva a pensar a juventude inserida numa sociedade como a nossa, urbana, industrial e que se insere na cultura do consumo, como consumidora e também produtora de identidades a partir do seu consumo.

            Considerando que estamos tratando de uma situação específica da condição juvenil, ou seja, a nossa, podemos afirmar que essa maneira de entender a juventude não pode se generalizar para todas as culturas, países e gerações.

Primeiramente é importante pensarmos no processo histórico que faz surgir o padrão de juventude que estamos acostumados. Antes de 1945, ser jovem significava passar por um momento da vida marcado por fragilidade, mas após esse período muitas coisas mudam e a ideia de ser jovem passa ter novo significado. Após 1945, houveram mudanças como intensificação da produção industrial, que gerou novos produtos, aumento de empregos, novos bens. Também tivemos a escolarização obrigatória, crescente importância dos meios de comunicação.

Todas essas mudanças acabaram por gerar novos estilos de vida, pois as condições não eram as mesmas para todos. Nem todos tinham acesso aos novos produtos, ou aqueles que tinham essa possibilidade não queriam ser iguais e buscavam diferenciar se. Surgiu a necessidade de distinção e com isso alguns movimentos que buscavam chamar a atenção.

A lógica da marcação das diferenças, por oposição ou aceitação passou pela moda e se mantém até hoje, mas pode ser resumida em três categorias: pelo lazer, contestação ou música.

 A diferenciação pelo lazer, ou seja, acontece por aquilo que você faz no seu tempo livre, e considera os seus elementos privilegiados de consumo. A marcação pela contestação tem origem na classe social, é uma maneira de responder ao mercado e produzir novos significados. Por fim temos a música, como um consumo que define um estilo, sendo uma marca de identidade que expressa e comunica algo.

Os jovens constituem culturas juvenis que permitem uma identidade a eles perante o restante da sociedade e do grupo. A diversidade de culturas juvenis se manifesta através de vários estilos, sendo que a adesão a um estilo agrega papel significativo na vida dos jovens.

Dessa maneira, espera se que a sociologia contribua para compreender elementos do comportamento em relação ao que é ser jovem, na medida em que consideramos uma determinada condição juvenil a partir da lógica da marcação das diferenças.

Referências:
Caderno do professor: sociologia, ensino médio - 2a série, volume 2 / Secretaria da Educação. São Paulo: SEE, 2009.
Dayrell, Juarez. A escola faz as juventudes? Reflexões em torno da socialização juvenil.
JARDIM, Fabiana A. A. Juventude em negação. Revista Carta na escola.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Atividade Diagnóstica – Sociologia – 2° Ano do Ensino Médio – 2° Bimestre


Atividade Diagnóstica – Sociologia – 2° Ano do Ensino Médio – 2° Bimestre

Professor Estevão Armada

Tema: A noção de cultura e a ideia de cultura de massa/Consumo versus consumismo

Objetivos: incentivar o contato do aluno com produção artística; desenvolver capacidade de análise crítica; desenvolver leitura e interpretação de esfera midiática.

Critérios de avaliação do aluno: adequação aos objetivos da atividade; capacidade analítica do aluno e de observação da sociedade; desenvolver habilidades de leitura.

Orientações: a atividade deverá ser feita em dupla, ou individualmente, com entrega na data de 15/06.
Procedimentos:

1)      Assistir programa televisivo e realizar comentário da experiência.

2)      Análise crítica de propaganda.

3)      Compartilhar atividade com colegas e professor.

Programas televisivos:
Sr. Brasil: Quinta, às 22h /Domingo, às 10:15
Viola minha viola: Sábado, às 20h / domingo, às 9h

 1°Parte: Observação de programa televisivo

1.      Identificação do programa (artistas e dinâmica do programa).

2.      Qual sua impressão? Gostou ou não? Explique.

3.      Compare com outro programa da televisão, procurando considerar conteúdo discutido em sala de aula.

 2° Parte: Análise crítica de propaganda.

1. Escolher dois produtos que aparecem em propagandas nos meios de comunicação As propagandas podem ser impressas em revistas ou jornais, da internet, ser parte de catálogos ou ser anotadas da televisão. A propaganda deve sempre conter texto e imagem do produto.

2. Fazer a análise do respectivo material de propaganda.Esta análise deve ser dividida em dois tipos: do texto e da imagem do produto.
a) Como o produto é mostrado em texto e imagem?
b) a propaganda fala das qualidades reais do produto ou vende algo que não está ligado diretamente a ele? Explique.

Texto de apoio – 2° Ano- “Consumidor” ou “consumido”? - 2° Bimestre


Texto de apoio 2° Bimestre – 2° Ano - Professor: Estevão Armada

Tema: A noção de cultura e a ideia de cultura de massa/Consumo versus consumismo

“Consumidor” ou “consumido”? 

            Nas últimas aulas discutimos a noção do conceito de cultura para a sociologia e pudemos perceber sua importância, já que a partir da perspectiva sociológica, foi possível entender que a cultura significa tudo àquilo que o homem faz e pensa. Durante muito tempo foi comum identificar a existência de dois tipos de cultura no interior das sociedades: a cultura popular (a cultura do povo, expressão da população) e a cultura erudita (cultura de elite, destinada apenas a uma parcela da sociedade). Nos últimos anos conseguimos perceber que essa diferença não é possível de existir, pois a cultura se refere a todo ser humano, o que nos diferencia á maneira de nos inserirmos nessa cultura.

Outra ideia relacionada ao conceito de cultura é a “cultura de massa”. Você já ouviu essas palavras? Sabe o seu significado? O fenômeno da “cultura de massa” esta associado ao consumo, que se relaciona ao desenvolvimento da economia capitalista. A industrialização e o avanço tecnológico geraram uma produção em larga escala de mercadorias que precisavam ser comercializadas. Para isso acontecer houve o desenvolvimento da propaganda, o surgimento das “marcas” e a criação de espaços destinados ao consumo (supermercados) que ocasionaram no surgimento da sociedade de consumo de massa, na Europa e EUA, que se estendeu ao mundo todo.

Acontece que a generalização do consumo acabou gerando problemas a sociedade, pois a busca pela satisfação desenfreada de mercadorias não é acompanhada de uma compreensão racional da vida social. Nossa você deve estar se perguntando como assim, a compra de alimentos e roupas não é algo importante para nós?

O problema é que o desenvolvimento tecnológico e industrial acompanhado do surgimento de grandes conglomerados e de empresas capitalistas acabou trazendo modificações na esfera cultural. Alguns sociólogos identificaram que esse cenário provocou uma “produção cultural” que tinha o objetivo de ampliar a comercialização de mercadorias. Esses sociólogos identificaram o fenômeno da indústria cultural, que tinha o fim de vender e fidelizar os indivíduos, nesse sentido o consumidor transformou se em objeto da indústria cultural, um alvo a ser perseguido, seduzido. Os produtos culturais deveriam atender as necessidades do mercado.

Surge aí o elemento central da indústria cultural, a propaganda, já que é ela que alcança o consumidor e apresenta os valores do consumo, de uma maneira que camufla e esconde as suas verdadeiras intenções. Nunca aconteceu com você de comprar ou desejar muito um produto e depois perceber que nem precisava tanto daquilo? Pois é, isso é resultado da influência da propaganda sobre nós!

Agora, depois de ter contatos com essa compreensão sociológica do consumo e das propagandas, que tal pensar um pouco mais antes de comprar as últimas mercadorias da moda?

 Referências:
FARONI, Alexandre e CARVALHO, Débora Cristina. Sociologia. São Paulo: Edições SM, 2010.
São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: Sociologia, ensino médio - 2a série, volume 2.  São Paulo: SEE, 2009.
3°F – 2° Bimestre

Seminários: Movimentos Sociais

Objetivo do seminário: Desenvolver conteúdo sociológico a respeito da cidadania contemporânea; analisar formas de participação política na sociedade; desenvolver a prática investigativa de temas sociológicos; trabalhar com leitura e interpretação textual; potencializar a expressão verbal e oral dos alunos.  

Datas de apresentação: 15 e 22 de junho (15/06 e 22/06).

15/06: operário, sindical, rural e feminista.

22/06: popular urbano, negro, glbt e ambientalista.

 Datas de orientação docente:

01/06: operário, sindical, rural e feminista.

15/06: popular urbano, negro, glbt e ambientalista.

 Critérios de avaliação: organização dos grupos; clareza na exposição; conteúdo sociológico; capacidade analítica; relatório.

 Roteiro para exposição dos grupos

  • Tempo de exposição: 8 minutos
  • Tempo de réplica: 2 minutos
  • Apresentar aspectos centrais dos movimentos sociais. 

Questões do relatório a ser entregue:

1) Identificação geral do movimento

2) Contexto histórico e social de surgimento do movimento

3) objetivos do movimento

4) Avaliação do movimento através da perspectiva da cidadania

5) situação atual do movimento

6) qual a contribuição do seminário para o grupo

Citar as fontes de consulta: sites, livros, revistas.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Atividade Diagnóstica - 2° Ano

Atividade Diagnóstica – 2° Ano do Ensino Médio – 1° Bimestre
Professor Estevão Armada

Tema: Investigação sobre as trajetórias familiares.
Objetivos: conhecer a origem dos familiares ou pessoas próximas; perceber as trajetórias familiares; perceber a influência da diversidade social no âmbito familiar; identificar motivos dos deslocamentos; avaliar a questão da migração como elemento formador da diversidade; apresentar um recurso de pesquisa social aos alunos.
Critérios de avaliação do aluno: adequação aos objetivos da atividade; comprometimento; capacidade analítica do aluno
Orientações: a atividade deverá ser feita em dupla, ou individualmente, com entrega na data de 30/03.
Procedimentos:
1)      Realização de entrevista com familiares. 2)      Análise dos dados obtidos. 3)      Compartilhamento do resultado final da atividade. 

1°Parte: Questões da entrevista

1.      Identificação do entrevistado (nome, idade, sexo).
2.      Qual seu local de nascimento.
3.      Quais os locais por onde passou?
4.      Você sabia alguma coisa sobre a cidade, Estado ou país de destino?
5.      Você consegue lembrar alguma sensação de quando se mudou para um lugar novo? Descreva.
6.      Quais foram os motivos de deslocamento/mudança?
7.      Há quanto tempo permanece no último lugar de fixação?
8.      Tem vontade de retornar ao lugar de origem? Por quê? 

2° Parte: Análise 

A partir das respostas da entrevista, responda as seguintes perguntas: 

1)      Identifique a condição do seu entrevistado: emigrante, imigrante ou migrante.
2)      A partir da aula 02 (“O estrangeiro”), tente relacionar a respostas do entrevistado com as ideias de Georg Simmel.
3)      Lembrando-se das discussões sobre a diversidade social, comente a possível relação do deslocamento do seu entrevistado com a formação da diversidade.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Texto de apoio - Aula 02 - 3° ano do Ensino Médio

Texto de apoio – Disciplina de Sociologia – 3° Ano - Professor: Estevão Armada
Tema: A conquista dos direitos civis, políticos, sociais e humanos no Brasil


A construção da cidadania brasileira: novidade e problemas 

            Depois de discutirmos a perspectiva sociológica sobre o conceito de cidadania, e entendermos um pouco a origem da nossa forma de pensar a cidadania, vamos investigar um pouco o processo de construção da cidadania brasileira.
            Para pensarmos a questão dos direitos e da cidadania no Brasil temos de considerar a história de nossa população e as características das relações sociais e políticas que ocorreram por aqui. 
            No nosso país, historicamente os direitos relacionados a cidadania sofreram uma inversão na ordem de existência, sendo que primeiramente tivemos os direitos sociais, em 1930, e depois os políticos e por fim os civis. Se pararmos para comparar com outros países, o Brasil teve uma seqüência estranha de conquista dos direitos do cidadão. Mas porque será que isso aconteceu?
            Inicialmente podemos explicar essa situação em virtude do passado colonial, que continuou muito presente em nossa sociedade, sendo que temos elementos desse período existentes até os dias de hoje. Na condição colonial, tínhamos uma sociedade escravocrata que não reconhecia os direitos individuais. Outro período histórico importante foi a ditadura que extinguiu os direitos civis e políticos, para manter uma situação de controle sobre a sociedade por parte dos militares.
            Por outro lado, os direitos sociais, ou seja, a questão social sempre foi considerada caso de polícia, caso houvesse muita pressão social com intenção de exigir melhores condições de vida.
            Dessa forma, o momento em que podemos afirmar a existência da cidadania no Brasil foi em 1988, com a promulgação da constituição de 1988, que passou a ser conhecida como “constituição cidadã”. Ela ganhou esse nome, pois foi o primeiro documento legal que garantia os direitos do cidadão. Percebem como o processo de constituição da cidadania no Brasil é algo novo e recente em nossa história. Assim, é importante considerarmos que hoje em dia estamos contribuindo para efetivar a cidadania no país, ou seja, somos sujeitos históricos que podemos efetuar ações de muita importância para as próximas gerações.  

E aí? O que você anda fazendo para contribuir com a construção da cidadania? Pense nisso.

Referências:
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2010.
Sociologia: ensino médio / Coordenação Amaury César Moraes. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010.  (Coleção Explorando o Ensino; v. 15).
São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: sociologia, ensino médio - 3a série, volume 1.  São Paulo: SEE, 2009.




Texto Aula 02 - 2° ano Ensino Médio

Texto de apoio – Disciplina de Sociologia – 2° Ano - Professor: Estevão Armada
Tema: O estrangeiro do ponto de vista sociológico

 A condição do estrangeiro

            Nas primeiras aulas do bimestre nós estudamos a questão da diversidade social, e pudemos notar que ela é extremamente complexa, pois surge de uma variedade imensa de relações entre diversos grupos sociais. A sociologia nos ajudou a perceber que a imensa diversidade social brasileira se origina a partir da colonização portuguesa, da vinda dos negros africanos e com as correntes imigratórias. Diante de tudo isso, vocês já pararam para pensar que todos nós somos descendentes de estrangeiros? Mesmo que você tenha algum antepassado indígena, dificilmente sua descendência é apenas dos índios, pois a influencia dos grupos sociais que vieram de fora do nosso território é muito grande. Nesse sentido, a sociologia pode nos auxiliar mais uma vez a compreender a situação do estrangeiro. Para isso vamos aproveitar as idéias de Georg Simmel, um sociólogo alemão, que analisou a figura do estrangeiro.

            Para Simmel, o estrangeiro é aquele que chega hoje e fica por aqui, não aquele que chega hoje e parte no dia seguinte. O estrangeiro se fixa num grupo espacial particular, mas sua posição é marcada pelo fato de não ter pertencido aquele grupo desde o começo. Daí, ser estrangeiro significa ter uma forma específica de interação, de proximidade, já que ele passa a fazer parte de um novo grupo quando se desloca, e ao mesmo tempo de distancia, pois não pode se integrar totalmente no grupo social do lugar aonde chegou.

            O estrangeiro também possui outras características como a de não sofrer as influências do grupo a que se inseriu após se deslocamento, daí possui certa “objetividade”. Ainda existem outras questões de dificuldade para os estrangeiros, pois em algumas situações eles não são concebidos como indivíduos, mas como estranhos. Em determinadas situações o distanciamento frente aos estrangeiros é de tal maneira que eles passam a ocupar uma posição de bastante desprivilegio na sociedade.

Assim, a partir das idéias de Simmel, é possível perceber que a situação do estrangeiro é carregada de uma tensão, que ocorre devido a essa condição de ser e não ser do grupo. Nesse sentido, todos nós carregamos essa tensão, já que no começo do texto pudemos refletir que possuímos uma forte influência dos imigrantes na nossa identidade.

Referências:
São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Caderno do professor: sociologia, ensino médio - 2a série, volume 1.  São Paulo: SEE, 2009.
SIMMEL, Georg. Sociologia: coleção grandes cientistas sociais. Evaristo de Moraes Filho (org.). São Paulo, Ática, 1983.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Links de Vídeos sobre Pinheirinho

Pessoal

Seguem os vídeos apresentados em sala de aula para problematizar nossa discussão sobre cidadania:

Depoimento do defensor público Jairo Salvador

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/defensor-publico-desmonta-versao-oficial-sobre-pinheirinho



Vídeo produzido pelo "coletivo de comunicadores populares"

http://www.youtube.com/watch? v=NBjjtc9BXXY

Abraços

Professor Estevão Armada

Textos para atividade do 3° Ano do Ensino Médio - Tema: Cidadania: O Caso de Pinheirinho

Texto 01: Operação Pinheirinho - EDITORIAL FOLHA DE SP (FOLHA DE SP - 26/01/12)


Reintegração de posse expõe manipulação política por militantes de esquerda e omissão do poder público no amparo às famílias retiradas.

A reintegração de posse da gleba do Pinheirinho, em área de galpões industriais no extremo sul de São José dos Campos (SP), contemplou variados interesses pecuniários e políticos -mas não os da população desalojada com bombas, cassetetes e balas de borracha.

Importante polo industrial e tecnológico a 97 km de São Paulo, São José tem 637 mil habitantes e incidência de pobreza equivalente à metade da média do Estado. Nesse oásis de prosperidade estão destacados centros de pesquisa e empresas de alta tecnologia nos setores de defesa, aeroespacial, eletroeletrônico e químico.

O terreno de 1,3 milhão de metros quadrados pertencia ao grupo Selecta, do empresário Naji Nahas, que foi à falência em 2004. No mesmo ano, a área começou a ser irregularmente ocupada.

A retomada e a venda da propriedade avaliada em R$ 180 milhões poderão auxiliar na quitação de muitas dívidas. Entre elas, um débito de R$ 16 milhões com a prefeitura local, nas mãos de Eduardo Cury, correligionário do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

À frente da ocupação -uma favela com cerca de 6.000 pessoas- encontravam-se militantes esquerdistas vinculados a organizações sindicais e ao Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, o PSTU.

Não há dúvida de que esses líderes desejavam o confronto. Não interessam ao PSTU soluções reais para as carências habitacionais dos pobres. O objetivo, ao contrário, é fomentar conflitos. Em sua alucinação ideológica, isso evidenciaria a suposta impossibilidade de resolvê-las no quadro da democracia.

Poucos dias antes da operação, um desses líderes, Valdir Martins, ex-candidato a vereador pelo PSTU, revelou a disposição de levar inocentes a um enfrentamento que poderia resultar em mortes: "Ou a ordem de desocupação é suspensa, ou vamos assistir a um banho de sangue", declarou, ao mesmo tempo em que se anunciava a organização de uma milícia brancaleônica para resistir à polícia.

Martins contava, tudo indica, com abusos da autoridade pública por policiais militares despreparados. Sob governos estaduais dos mais diversos matizes, a PM parece sempre pronta a patrocinar espetáculos de truculência.

Felizmente não se verificou o propalado massacre, embora haja registro de excessos no cumprimento da determinação judicial, que precisam ser investigados. Entre eles, um ferimento por arma de fogo e ao menos um espancamento por guardas municipais -corporação ainda menos preparada para esse tipo de confronto.

Outro aspecto lamentável foi a inexistência de medidas eficazes para aplacar o drama das famílias. São elas as grandes vítimas da persistente precariedade habitacional, num país que cresce a olhos vistos, mas é incapaz de eliminar essas terríveis desigualdades.
Fonte: http://avaranda.blogspot.com/2012/01/operacao-pinheirinho-editorial-folha-de.html (Blog Perca tempo)


Texto 02: Pinheirinho, a estratégia da tensão – Autor: Elio Gaspari - Jornal Folha de São Paulo

O conflito podia ter sido evitado, pois em 4 áreas (sem PSTU) houve negociação e todo mundo ganhou

Num conflito sempre há alguém que joga com a carta da tensão. Ele ganha quando ocorrem choques, prisões, feridos e incêndios. Na operação militar que desalojou 1.600 famílias da área ocupada do Pinheirinho, em São José dos Campos, ganhou quem jogou na tensão. Conseguiram mobilizar 1,8 mil PMs, numa operação que resultou em dois dias de choques, no desabrigo de 2.000 pessoas, dez veículos destruídos, quatro propriedades incendiadas e 34 presos.

A gleba foi invadida em 2004 e está avaliada R$ 180 milhões. É o caso de se perguntar o que poderia ter sido feito ao longo de sete anos para evitar que o maior beneficiado pelo espetáculo fosse a massa falida de uma empresa do financista Naji Nahas, que deve R$ 17 milhões à prefeitura.

Intitulando-se líder dos moradores, está no elenco Valdir Martins, o "Marron", candidato a deputado estadual pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, o PSTU, residente em Vila Interlagos e diretor do Sindicato dos Metalúrgicos local, como representante dos trabalhadores de uma empresa que não existe mais.

Pelo lado do poder público, o elenco inclui o governador Geraldo Alckmin em cujo primeiro governo ocorreu a invasão e o prefeito Eduardo Cury, que está no cargo desde 2005. Ambos são do PSDB.

Em 2008, o advogado André Albuquerque, fundador da empresa paranaense Terra Nova, especializada em regularização fundiária, foi convidado para estudar o caso do Pinheirinho. Ele resolveu 18 litígios, legalizando lotes de 10 mil famílias, das quais 2.000 já têm escritura.

Sua metodologia é simples. A Terra Nova negocia um valor aceitável com o proprietário da gleba e os moradores, vai ao juiz que está com processo de reintegração da posse e homologa o acordo.

Retirado o obstáculo que impede obras de infraestrutura na área, a empresa apresenta um projeto de urbanização à prefeitura. O proprietário recebe seu dinheiro num prazo que vai de cinco a dez anos, e os moradores pagam prestações mensais que, na média, custam R$ 200.

No Pinheirinho, o lote poderia valer entre R$ 3.000 e R$ 6.000, com prestações de R$ 60 a R$ 100 por dez anos. Jamais um dono de lote perdeu a casa por falta de pagamento.

"Marron" ouviu a proposta e informou que seu movimento não aceita negociar indenização, muito menos pagamento. O outro caminho seria o da desapropriação, pelo Ministério das Cidades, mera promessa da Viúva federal. Nada feito. Uma reunião posterior foi boicotada pelos representantes dos moradores. Há poucas semanas, diante da ameaça de uso da força policial, apareceu uma milícia de fancaria, com escudos de latão e perneiras de PVC. Deu no que deu.

Deu no que deu porque os organizadores do PSTU, o governo de São Paulo e a Prefeitura de São José aceitaram a estratégia da tensão. O governo da doutora Dilma achou que o caso podia esperar e, depois do conflito, fantasiou-se de São Jorge para matar o dragão que já havia devorado a princesa.

Desde 2008, enquanto o caldeirão do Pinheirinho ficava em fogo brando, a Terra Nova de André Albuquerque resolveu quatro litígios fundiários urbanos. Três em São Paulo (Casa Branca, Jardim Conquista e 1º de Maio) e um no Paraná (Vila Nova, em Matinhos). Segundo ele, mais de 1.500 famílias foram beneficiadas, sem polícia.

Fonte: http://sergyovitro.blogspot.com/2012/01/elio-gaspari-pinheirinho-estrategia-da.html


Texto 03: Justiça suspende reintegração de posse de favela do interior de SP – Jornal Folha de São Paulo - 17/01/2012

Uma liminar da Justiça Federal expedida na madrugada desta terça-feira (17) suspendeu temporariamente a reintegração de posse da favela conhecida como Pinheirinho, em São José dos Campos (97 km de SP).

A invasão, que existe desde 2004 e reúne cerca de 6.000 pessoas, fica em uma área que pertencia à massa falida do grupo Selecta, do investidor Naji Nahas, e tem dívidas de R$ 15 milhões com a prefeitura -- por isso, a área teve a ordem de reintegração de posse decretada pela Justiça. Ao longo dos últimos dias, moradores têm protestado e chegaram a interditar completamente a rodovia Presidente Dutra. No fim da noite de ontem (16), um ônibus foi incendiado. Segundo a Polícia Militar, o veículo estava vazio quando foi incendiado. A PM não confirma se o ônibus foi incendiado pelas famílias que ocupam o terreno.

Durante a madrugada desta terça-feira, policiais militares estiveram no local para cumprir a reintegração, mas foram embora após a concessão da liminar. Na última semana, os moradores da favela Pinheirinho se posicionaram com escudos, coletes, caneleiras, capacetes, porretes e lanças, prontos para confronto com a polícia.

Como defesa, eles improvisaram escudos com restos de tambores; os coletes, de compensado; as caneleiras, tubos de PVC. Entre os vários capacetes há até os cor de rosa. Na iminência da reintegração, os líderes montaram um "batalhão anti-choque". A ideia é se defender de bombas de gás e balas de borracha usadas pela PM em confrontos em situações de confronto. Também há barricadas -de pneus, sofás e madeiras- entre as cerca de 2.000 casas.

Como no filme italiano "O Incrível Exército de Brancaleone" (1966) - grupo de soldados maltrapilhos que se arma para defender suas terras-, tudo é improviso. "Não estamos fazendo armas para ferir ninguém, só queremos defender nossas casas", diz Sergio Pires, 41, líder do grupo. O clima tenso se espalhou pela cidade. A prefeitura diz que, por ser decisão judicial em área privada, não pode interferir. Já a PM disse só a Promotoria fala sobre a reintegração.No Pinheirinho, entre 40 marmanjos, uma mulher com porrete esconde o rosto.

"É um exército de pedreiros, metalúrgicos, ajudantes. Pessoas que acordam às 5h para trabalhar e voltam para casa", diz o "chefe" da tropa, um vigilante de 35 anos que não quis dar o nome.

Texto 04: Mentiras sobre Pinheirinho – Autor: Aloysio Nunes (Folha de S.Paulo)

Em face da reintegração judicial de posse da área conhecida como Pinheirinho, em São José dos Campos, o PT montou uma fábrica de mentiras para divulgar nas próximas campanhas eleitorais. Em respeito aos leitores da Folha, eis as mentiras, seguidas da verdade:

Mentira 1: “O governo federal fez todos os esforços para buscar uma solução pacífica”.Verdade: Desde 2004, a União nunca se manifestou no processo como parte nem solicitou o deslocamento dos autos para a Justiça Federal. Em 13 de janeiro de 2012, oito anos após a invasão, quando a reintegração já era certa, o Ministério das Cidades -logo o das Cidades, do combalido ministro Mário Negromonte- entregou às pressas à Justiça um “protocolo de intenções”. Sem assinatura, sem dinheiro, sem cronograma para reassentar famílias nem indicação de áreas, o documento, segundo a Justiça, “não dizia nada”, era uma “intenção política vaga.”

Mentira 2: “Derramou-se sangue, foi um massacre, uma barbárie, uma praça de guerra. Até crianças morreram. Esconderam cadáveres”. Verdade: Não houve, felizmente, nenhuma morte, assim como nas 164 reintegrações feitas pela Polícia Militar em 2011. O massacre não existiu, mas o governo do PT divulgou industrialmente a calúnia. A mentira ganhou corpo quando a “Agência Brasil”, empresa federal, paga com dinheiro do contribuinte, publicou entrevista de um advogado dos invasores dando a entender que seria o porta-voz da OAB, entidade que o desautorizou. A mentira ganhou o mundo. Presente no local, sem explicar se na condição de ativista ou de servidor público, Paulo Maldos, militante petista instalado numa sinecura chamada Secretaria Nacional de Articulação Social, disse ter sido atingido por uma bala de borracha. Não fez BO nem autorizou exame de corpo de delito. Hoje, posa como ex-combatente de uma guerra que não aconteceu.

Mentira 3: “Não houve estrutura para abrigar as famílias”.Verdade: A operação foi planejada por mais de quatro meses, a pedido da juíza. Participaram PM, membros do Conselho Tutelar, do Ministério Público, da OAB e dos bombeiros. O objetivo era garantir a integridade das pessoas e minimizar os danos. A prefeitura mobilizou mais de 600 servidores e montou oito abrigos. Os abrigos foram diariamente sabotados pelos autodenominados líderes dos sem-teto, que cortavam a água e depredavam os banheiros.

Mentira 4: “Nada foi feito em São Paulo para dar moradia aos desabrigados”.Verdade: O governo do Estado anunciou mais 5.000 moradias populares em São José dos Campos, as quais se somarão às 2.500 construídas nos últimos anos. Também foi oferecido aluguel social de R$ 500 até que os lares definitivos fiquem prontos. Nenhuma família será deixada para trás.

Entre verdades e mentiras, é certa uma profunda diferença entre PT e PSDB no enfrentamento do drama da moradia para famílias de baixa renda. O Minha Casa, Minha Vida só vai sair do papel em São Paulo graças ao complemento de R$ 20 mil por unidade oferecido pelo governador Geraldo Alckmin às famílias de baixa renda. Sem a ajuda de São Paulo, o governo federal levaria 22 anos para atingir sua meta.O PT flerta com grupelhos que apostam em invasões e que torcem para que a violência leve os miseráveis da terra ao paraíso. Nós, do PSDB, construímos casas. Respeitar sentença judicial é preservar o Estado de Direito. É vital que esse princípio seja defendido pelas mais altas autoridades. Inclusive pela presidente, que cometeu a ligeireza de, sem maior exame, classificar de barbárie o cumprimento de uma ordem judicial cercado de todas as cautelas que a dramaticidade da situação exigia.

ALOYSIO NUNES FERREIRA é senador por São Paulo (PSDB). Fonte: http://www.aloysionunes.com/imprensa/as-mentiras-do-pt-sobre-pinheirinho/



Texto 05: Ainda o Pinheirinho Autor: JOSÉ OSÓRIO DE AZEVEDO JR. Folha SÃO Paulo.

Os fatos são conhecidos: uma decisão judicial de reintegração de posse sobre uma favela. A ocupação começou em 2004, por pessoas necessitadas de moradia.Segundo a Folha, a proprietária obteve reintegração liminar em 2004. Durante um imbróglio processual, os ocupantes permaneceram. Em 2011, uma nova decisão ordena a reintegração. Foi essa a ordem que o Poder Executivo cumpriu no dia 22 de janeiro, com aparato policial, caminhões e máquinas pesadas. A ordem era, porém, inexequível, pois, em sete anos, a situação concreta do imóvel e sua qualificação jurídica mudaram radicalmente. O que era um imóvel rural se tornou um bairro urbano. Foi estabelecida uma favela com vida estável, no seu desconforto. Dir-se-á que a execução da medida mostra que a ordem era exequível. Na verdade, não houve mortes porque ali estava uma população pacífica, pobre e indefesa.

Ninguém duvida da exequibilidade física da ordem judicial, pois todos sabem que soldados e tratores têm força física suficiente para "limpar" qualquer terreno.O grande e imperdoável erro do Judiciário e do Executivo foi prestigiar um direito menor do que aqueles que foram atropelados no cumprimento da ordem.Os direitos dos credores da massa falida proprietária são meros direitos patrimoniais. Eles têm fundamento em uma lei também menor, uma lei ordinária, cuja aplicação não pode contrariar preceitos expressos na Constituição.O principal deles está inscrito logo no art. 1º, III, que indica a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos da República. Esse valor permeia toda a ordem jurídica e obriga a todos os cidadãos, inclusive os chefes de Poderes.As imagens mostram a agressão violenta à dignidade daquelas pessoas. Outro princípio constitucional foi afrontado: o da função social da propriedade. É verdade que a Constituição garante o direito de propriedade. Mas toda vez que o faz, estabelece a restrição: a propriedade deve cumprir sua função social.

Pois bem, a área em questão ficou ociosa por 14 anos, sem cumprir função social alguma. O princípio constitucional da função social da propriedade também obriga não só aos particulares, mas também a todos os Poderes e os seus dirigentes.O próprio Tribunal de Justiça de São Paulo já consagrou esse princípio inúmeras vezes, inclusive em caso semelhante, em uma tentativa de recuperação da posse de uma favela. O tribunal considerou que a retomada física do imóvel favelado é inviável, pois implica uma operação cirúrgica, sem anestesia, incompatível com a natureza da ordem jurídica, que é inseparável da ordem social. Por isso, impediu a retomada. O proprietário não teve êxito no STJ (recurso especial 75.659-SP).

Tudo isso é dito porque o cidadão comum e o estudante de direito precisam saber que o direito brasileiro não é monolítico. Não é só isso que esse lamentável episódio mostrou. Julgamento e execução foram contrários ao rumo da legislação, dos julgados e da ciência do direito.Será verdade que uma decisão tem de ser cumprida sempre? Só é verdade para os casos corriqueiros. Não para os casos gravíssimos que vão atingir diretamente muitas pessoas indefesas.Estranha-se que o governador tenha usado o conhecido chavão segundo o qual decisão judicial não se discute, cumpre-se. Mesmo em casos menos graves, os chefes de Executivo estão habituados a descumprir decisões judiciais. Nas questões dos precatórios, por exemplo, são milhares de decisões judiciais definitivas não cumpridas.

JOSÉ OSÓRIO DE AZEVEDO JR., 78, é desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo e professor de direito civil desde 1973

Fonte: http://advivo.com.br/blog/luisnassif/pinheirinho-por-jose-osorio-de-avezedo-jr