segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Texto 02 - 2° Ano do Ensino médio

Sociologia - 2° Ano do Ensino Médio - Texto 02
Aula 03: “O trabalho na sociedade moderna capitalista”

“Odeio segunda- feira!”: por que isso acontece?

“Odeio segunda- feira!” Essa frase é bem comum de ser dita ao percebermos que o final de semana está acabando, e que logo voltaremos ao trabalho. A sociologia nos ajudou a perceber a nossa dependência em relação ao trabalho, e como ele é algo transformador, ou seja, através do trabalho criamos coisas e satisfazemos nossas necessidades. Mas agora vocês devem estar se perguntando qual é o motivo de uma coisa tão importante para nós ser considerada ruim hoje em dia. Em primeiro lugar é importante dizer que a sociedade moderna vai nos separar dos meios de produção, gerando uma contradição, ou seja, mesmo sendo capazes de satisfazer nossas necessidades através do trabalho, na sociedade moderna, acabamos sendo impossibilitados disso, por conta da complexidade das relações de produção. Lembram do exemplo do pão francês. Ele faz parte de nossa alimentação, contudo existe um processo de produção enorme antes de ele chegar a nossas mesas. A contradição está na não resolução das necessidades humanas mesmo tendo condições de fazê-lo. Outra coisa ruim, é que nossa força de trabalho vira mercadoria, nos tornamos um produto a disposição do mercado. Agora vejamos a interpretação de dois sociólogos sobre esse problema.

Émile Durkheim: Durkheim acreditava em dois tipos de solidariedade entre as pessoas. A primeira delas era a solidariedade mecânica, que existia nas sociedades pré capitalistas, em que os indivíduos se identificavam por laços familiares, religiosos, de tradição e costume. Vivendo nessas condições os indivíduos sofreriam a pressão da consciência coletiva, mas também teriam maior autonomia em relação a divisão do trabalho.

Já no modo de vida em que prevalecia a solidariedade orgânica, típica das sociedades capitalistas, em que havia a divisão do trabalho social, os indivíduos teriam mais dependência em relação aos outros, o que geraria maior união social. Devido a especialização das atividades, os indivíduos teriam mais autonomia, mas acabam tornando- se dependentes, pois um não sabe fazer o que outro faz, e a consciência coletiva se afrouxa.

Karl Marx: Foi um intelectual bastante preocupado com as dificuldades que a Europa apresentava em virtude do desenvolvimento do capitalismo. Para ele a divisão do trabalho acontece por conta do desenvolvimento das sociedades, que para satisfazerem suas necessidades acabam dividindo as atividades. Ocorre que com a mecanização do trabalho (fábricas/máquinas), o trabalhador acabou perdendo sua autonomia. O trabalhador passou a contar apenas com a força de trabalho para vender, sendo que o proprietário das máquinas precisa dessa “mercadoria”, que é a força de trabalho. A divisão do trabalho vai gerar a divisão em classes.

Marx conseguiu identificar a existência da “mais valia”, que é a extração de trabalho não pago feita pelo patrão, excedente que é expropriado do trabalhador, ajudando o capitalismo a se manter como modo de produção. Para Marx, os trabalhadores deveriam tomar consciência dessa situação para mudar a sociedade. Estevão Armada.

Referências: TOMAZI, NELSON. Sociologia para o ensino médio. Saraiva: São Paulo, 2010.

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