Sociologia - 2° Ano do Ensino Médio – 3°
Bimestre – Texto 01
Tema: Jovens, cultura e consumo.
Ser jovem: cultura e consumo nas cidades
Vocês
estudantes do 2° ano do ensino médio podem explicar o que seria ser jovem?
Qual, ou quais, são as características que podem expressar a condição juvenil?
Você se considera jovem? Por quê?
As
perguntas acima parecem estranhas não? E realmente são estranhas, pois nos
obrigam a pensar sobre coisas que parecem muito óbvias ou que não precisam de
explicação, não é? É aí que entra a sociologia, pois ela vai nos fornecer
instrumentos para pensarmos sobre a condição juvenil, ou melhor, sobre o que é
ser jovem. Dentro das inúmeras formas de abordar esse tema escolhemos um
caminho que nos leva a pensar a juventude inserida numa sociedade como a nossa,
urbana, industrial e que se insere na cultura do consumo, como consumidora e
também produtora de identidades a partir do seu consumo.
Considerando
que estamos tratando de uma situação específica da condição juvenil, ou seja, a
nossa, podemos afirmar que essa maneira de entender a juventude não pode se
generalizar para todas as culturas, países e gerações.
Primeiramente é importante
pensarmos no processo histórico que faz surgir o padrão de juventude que
estamos acostumados. Antes de 1945, ser jovem significava passar por um momento
da vida marcado por fragilidade, mas após esse período muitas coisas mudam e a
ideia de ser jovem passa ter novo significado. Após 1945, houveram mudanças
como intensificação da produção industrial, que gerou novos produtos, aumento
de empregos, novos bens. Também tivemos a escolarização obrigatória, crescente
importância dos meios de comunicação.
Todas essas mudanças acabaram
por gerar novos estilos de vida, pois as condições não eram as mesmas para todos.
Nem todos tinham acesso aos novos produtos, ou aqueles que tinham essa
possibilidade não queriam ser iguais e buscavam diferenciar se. Surgiu a
necessidade de distinção e com isso alguns movimentos que buscavam chamar a
atenção.
A lógica da marcação das
diferenças, por oposição ou aceitação passou pela moda e se mantém até hoje,
mas pode ser resumida em três categorias: pelo lazer, contestação ou música.
A diferenciação pelo lazer, ou seja, acontece
por aquilo que você faz no seu tempo livre, e considera os seus elementos
privilegiados de consumo. A marcação pela contestação tem origem na classe
social, é uma maneira de responder ao mercado e produzir novos significados.
Por fim temos a música, como um consumo que define um estilo, sendo uma marca
de identidade que expressa e comunica algo.
Os jovens constituem culturas
juvenis que permitem uma identidade a eles perante o restante da sociedade e do
grupo. A diversidade de culturas juvenis se manifesta através de vários
estilos, sendo que a adesão a um estilo agrega papel significativo na vida dos
jovens.
Dessa maneira, espera se que a
sociologia contribua para compreender elementos do comportamento em relação ao
que é ser jovem, na medida em que consideramos uma determinada condição juvenil
a partir da lógica da marcação das diferenças.
Referências:
Caderno do professor:
sociologia, ensino médio - 2a série, volume 2 / Secretaria da Educação. São
Paulo: SEE, 2009.
Dayrell, Juarez. A escola
faz as juventudes? Reflexões em torno da socialização juvenil.
JARDIM, Fabiana A. A.
Juventude em negação. Revista Carta na escola.