quinta-feira, 16 de agosto de 2012


Sociologia - 2° Ano do Ensino Médio – 3° Bimestre – Texto 01

Tema: Jovens, cultura e consumo.

Ser jovem: cultura e consumo nas cidades

            Vocês estudantes do 2° ano do ensino médio podem explicar o que seria ser jovem? Qual, ou quais, são as características que podem expressar a condição juvenil? Você se considera jovem? Por quê?

            As perguntas acima parecem estranhas não? E realmente são estranhas, pois nos obrigam a pensar sobre coisas que parecem muito óbvias ou que não precisam de explicação, não é? É aí que entra a sociologia, pois ela vai nos fornecer instrumentos para pensarmos sobre a condição juvenil, ou melhor, sobre o que é ser jovem. Dentro das inúmeras formas de abordar esse tema escolhemos um caminho que nos leva a pensar a juventude inserida numa sociedade como a nossa, urbana, industrial e que se insere na cultura do consumo, como consumidora e também produtora de identidades a partir do seu consumo.

            Considerando que estamos tratando de uma situação específica da condição juvenil, ou seja, a nossa, podemos afirmar que essa maneira de entender a juventude não pode se generalizar para todas as culturas, países e gerações.

Primeiramente é importante pensarmos no processo histórico que faz surgir o padrão de juventude que estamos acostumados. Antes de 1945, ser jovem significava passar por um momento da vida marcado por fragilidade, mas após esse período muitas coisas mudam e a ideia de ser jovem passa ter novo significado. Após 1945, houveram mudanças como intensificação da produção industrial, que gerou novos produtos, aumento de empregos, novos bens. Também tivemos a escolarização obrigatória, crescente importância dos meios de comunicação.

Todas essas mudanças acabaram por gerar novos estilos de vida, pois as condições não eram as mesmas para todos. Nem todos tinham acesso aos novos produtos, ou aqueles que tinham essa possibilidade não queriam ser iguais e buscavam diferenciar se. Surgiu a necessidade de distinção e com isso alguns movimentos que buscavam chamar a atenção.

A lógica da marcação das diferenças, por oposição ou aceitação passou pela moda e se mantém até hoje, mas pode ser resumida em três categorias: pelo lazer, contestação ou música.

 A diferenciação pelo lazer, ou seja, acontece por aquilo que você faz no seu tempo livre, e considera os seus elementos privilegiados de consumo. A marcação pela contestação tem origem na classe social, é uma maneira de responder ao mercado e produzir novos significados. Por fim temos a música, como um consumo que define um estilo, sendo uma marca de identidade que expressa e comunica algo.

Os jovens constituem culturas juvenis que permitem uma identidade a eles perante o restante da sociedade e do grupo. A diversidade de culturas juvenis se manifesta através de vários estilos, sendo que a adesão a um estilo agrega papel significativo na vida dos jovens.

Dessa maneira, espera se que a sociologia contribua para compreender elementos do comportamento em relação ao que é ser jovem, na medida em que consideramos uma determinada condição juvenil a partir da lógica da marcação das diferenças.

Referências:
Caderno do professor: sociologia, ensino médio - 2a série, volume 2 / Secretaria da Educação. São Paulo: SEE, 2009.
Dayrell, Juarez. A escola faz as juventudes? Reflexões em torno da socialização juvenil.
JARDIM, Fabiana A. A. Juventude em negação. Revista Carta na escola.